segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mãe, denuncie sua violência obstétrica...




Meu filho Lohan nasceu de parto vaginal hospitalar no Brasil. Sou privilegiada, pois o Brasil é um país que 44% dos partos são cesáreas (número inclui as percentagens das redes públicas e privadas) chegando ao absurdo número de 85% a 90% em alguns hospitais privados, quando o limite estabelecido pela OMS é de 15%. Tenho orgulho de ter parido meu filho da maneira que Papai do Céu criou, nosso corpo foi preparado para isso, apesar dos pesares, eu pari! Infelizmente sofri uma violência obstétrica e mesmo assim não fez mudar meu ponto de vista sobre o parto vaginal.

Eu sou a favor do parto cesárea quando este é para salvar as vidas da mãe e do bebê, e este procedimento deve ser feito com último recurso. Como diz o blogger das "Blogueiras Feministas"; “A violência contra as mulheres durante o período gestacional, parto, puerpério não para aí. Na verdade essa é apenas a ponta do icebergue.”

Esse post faz parte da blogagem coletiva – Teste da Violência Obstétrica, organizada pelos blogs: Parto no Brasil, Mamíferas, Cientista que virou mãe e o apoio do grupo Parto do Princípio


Eu relatei o meu parto, fui violentada. A falta de tato de muitos profissionais durante o meu trabalho de parto e no ato do nascimento do meu filho, a episiotomia “desnecessária”, comentários grosseiros, placenta arrancada à força, exames de toque em excesso, e uma nova mãe que sofreu e ainda sofre ao lembrar de tais atos.

Tomei conhecimento de que o hospital de Clínicas Gaspar Vianna (Belém/Pa) estava preparado para o parto humanizado. Equipou 3 quartos chamados de PPP,  promoveu inúmeras palestras aos profissionais da área sobre essa via de nascimento menos agressiva as mulheres. Infelizmente existem profissionais que são contra o parto humanizado e também o parto vaginal, pois para eles é muito mais cômodo, prático, rápido e ganham mais fazendo uma cirurgia de médio à grande porte, fazendo uma cirurgia que corta 7 camadas de pele, provocando uma possível infecção e danos respiratórios ao bebê.

Tive a sorte de conhecer uma doutora que apoia este método (parto humanizado), conversei com ela sobre o ocorrido no meu parto, ela lamentou o que aconteceu e orientou-me para denunciar na ouvidoria do hospital o que ocorreu no meu parto. Após fazer a denuncia formalmente, a diretoria do hospital iria fazer uma bancada com os diretores junto com a equipe médica do meu parto. Todos foram colocados na berlinda, felizmente aquela que deveria ter me dado apoio, orientado, e principalmente ter deixado meu corpo trabalhar sozinho, ela não fez tudo isso e acabou sendo devidamente expulsa da equipe do hospital.

Eu imaginei que a partir de tal conclusão desta minha denúncia, essa médica iria melhorar de postura profissional. Infelizmente não mudou! Fora transferida para outro hospital publico referencia de Belém e continua com suas atitudes grosseiras perante aos pacientes e colegas de trabalho. Eu espero que um dia ela consiga entender por que aconteceu isso com ela e eu consiga um dia digerir esse meu parto.

Apesar dos pesares, eu continuo ativista ao parto vaginal. Apoio quem quer parir o seu filho de uma maneira fisiológica onde o seu corpo está preparado para tal. E continuo torcendo para que muitas mães tomem a atitude que eu tomei... Denunciar a violência do seu parto! 

2 comentários:

  1. Oi, Silvinha tudo bom? Estou grávida de 9 semanas e pretendo ter parto normal, mas confesso que está BEM difícil achar um médico que apóie minha "maluquice"... Tens como me dizer o nome dessa médica que é a favor do parto humanizado?
    Muito obrigada!

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    1. Olá Anônima.
      Você é de Belém? Olha, eu fotografei um parto dia 18 e conheci o Doutor Perdigão. Foi um parto induzido, durou 12horas e o doutor acompanhou tudo de perto, respeitou o trabalho de parto da paciente. Porém, não é muito a favor do parto humanizado, mas ele prioriza bastante o parto normal.
      Ele acompanha lá na Maternidade do Povo (super recomendo), a mesa da sala de parto não fica na posição horizontal, ela faz um sistema que ficas inclinado como se a paciente estivesse sentada. O bom do Doutor Perdigão é que caso a paciente queira o analgesia, lá na Maternidade do Povo aplicam e o anestesista é um amor de pessoa.

      Mas se o seu foco for mesmo o parto humanizado, posso ver com a minha amiga que é doula para ela me dar indicações. Qualquer coisa, entra em contato comigo pelo e-mail: silvinha.diass@hotmail.com

      Muah! =*

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