quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Filhos: Estraga? Dependente? Terroristas? Ou preguiça de ser mãe?

Eu digo logo, não sou hipócrita. Adoro coisas de mulherzinha, adoro assuntos de moda, maquiagem, cabelo, cores e tendencias. Porém, quando decidi levar a gestação adiante mesmo sendo mãe solteira (que convenhamos, não é missão pra qualquer uma, tem que ser MULHER de verdade pra aguentar o tranco todo sozinha), eu tinha plena consciência que a barra não ia ser fácil. As mudanças da gestação, a procura do parto perfeito (normal humanizado!), amamentação, e educação com consciência de tudo que seria melhor pro meu menino. Então desde que decidi ser mãe, me entreguei de corpo e alma. Li diversos assuntos, artigos, participei de grupos de mães ponderadas  (algumas bem radicais mesmo) e força na peruca!  E sendo bem fútilzinha, eu acompanhava antes, durante e depois da maternidade, blogues de moda de diversas blogueiras de vários cantinhos do Brasil. Adoro as dicas, acho bem práticas e "coringa" na hora de precisar sair pra um evento em família ou um evento da night society de Belém.

Então lá estava eu fuçando o blog da blogueira Mariah, e me deparei com várias publicações referente a maternidade bem bem bem tosca, coisa de gente de pura ignorância que tem preguiça de ler artigos científicos e dizem "amém" as coisas ditas pela pediatra, amigas e lendas urbanas. Gente, pára tudo... Pra que? Se não tem condições de "gastar" 15 minutinhos do dia lendo informações úteis que será muito bem aproveitada para a própria filha, não faça outras mãe tomarem o mesmo rumo.

Para completar o meu desconforto sobre essa blogueira, estava fuçando o instagram da Mariah. E então me deparei com essa publicação...

Decidi fazer meus comentários sobre este post no instagram. Deixo bem claro que já fiz diversos comentários no instagram dela, quem sabe lá no fundo a pessoa resolve se interessar e ler mais profundamente sobre criação com apego?! #EsperançaÉaÚltimaQueMorre 

1) Mariah começa a publicação entrando em contradição. Vejamos, por que um bebê recém nascido prefere o colo da mãe? Simples, gente... É gostoso e quentinho!
Quem mesmo iria optar dormir num quarto sozinha (por mais que tenha uma enfermeira/babá dormindo na cama próximo) após vir ao mundo de um lugar gostoso e quentinho?? *reflita*

2) Sobre dar colo, o pediatra espanhol Dr Carlos Gonzalez (super reconhecido e respeitado no mundo materno consciente no mundo inteirinho), explica:

Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?


(Retirado do texto "Os Gases e a Cólica do bebê - Por Dr Carlos Gonzalez".)

3) Levar o bebê para mamar ou não na cama, independente para que seja o objetivo. Não vai acostumar mal, não vai estragar, não vai torna-lo dependente dos pais e blá blá blá. Isso não é achismo. Isso está comprovado cientificamente que criação com apego torna a criança mais INdependente, mais segura de si, mais confiante, sem medo, sem traumas. Prova vida é o meu Lohan. Fiz tanta criação com apego com ele e veja só... Tem dia que pego ele tentando fugir de casa! rs



4) Quer que um bebê recém nascido, que saiu de um lugar quentinho, acolhedor, gostoso... se torne independente? É bom começar ensinar a bebê lavar as próprias fraldas/calcinhas. Nada melhor que uma criança independente, principalmente mulher, já sabendo saber as próprias calças, né mesmo? Ai que machismo! rs

5) Por justamente a mãe não saber dormir sozinha, vai querer que a filha passe pelo mesmo trauma de dormir sozinha em tão pouquíssimo tempo de vida?! Não faz sentido...

Bom, para finalizar...





O "attachment parenting" (criação com apego), é uma expressão cunhada pelo pediatra americano William Sears, uma filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com a teoria do apego, uma forte ligação emocional com os pais durante a infância, também conhecida como apego seguro, é um precursor de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta.

A Teoria do Apego, originalmente proposto por John Bowlby, afirma que a criança tem uma tendência a buscar proximidade com uma pessoa e se sentir segura quando essa pessoa está presente. Em comparação, Sigmund Freud propôs que o apego era uma conseqüência da necessidade de satisfazer desejos ocultos. Na Teoria do Apego, o apego é considerado um sistema biológico e as crianças são naturalmente ligadas aos seus pais porque eles são seres sociais, não apenas porque eles precisam de outras pessoas para satisfazer seus desejos. O apego é uma parte normal e saudável do desenvolvimento infantil.

A psicóloga do desenvolvimento Mary Ainsworth criou um procedimento chamado Strange Situation (A Situação Estranha), para observar relações de apego entre mãe e filho humanos. Por 20 minutos, observou interrupções geradas no vinculo mãe / filho, e comprovou que isso afetou a exploração e o comportamento da criança ao respeito da mãe. 

De acordo com Attachment Parenting International (API) há 8 princípios que propiciam o apego saudável (seguro) entre pais / tutores e a criança. Eles se apresentam como práticas para “ser pais” que podem levar a um "vínculo firme", a uma "receptividade coerente e sensível" e uma "disponibilidade física e emocional", que para a pesquisa são fatores-chave em um vínculo seguro.

Oito princípios da Criação com Apego:

O Attachment Parenting International (API), partidária da Criação com Apego do Dr. Sears, tenta promover um vínculo seguro com os filhos através de oito princípios que são identificados como metas a serem cumpridas pelos pais. Estes oito princípios são:

1- Preparação para a gravidez, o nascimento e a mater-paternagem.
2- Alimentação com amor e respeito.
3- Responder sempre com sensibilidade.
4- Praticar a Criaçao baseada no Apego.
5- Incluir esa criação também durante as noites.
6- Fornecer carinho constante.
7- Praticar a disciplina positiva.
8- Esforçar-se para o equilíbrio na vida pessoal e familiar.

Esses valores são interpretados de várias formas ao longo do movimento. Alguns pais relacionados com a Criação com Apego também optam por viver uma vida familiar natural, como o parto natural, nascimento domiciliar, criação em casa, homeschooling, movimento anti-circuncisão, ligar para a liberdade de vacinação, saúde natural, movimentos cooperativos e consumo de alimentos orgânicos, etc.

No entanto, Dr. Sears não requer que os pais sigam estritamente umas regras definidas, mas encoraja os pais a serem criativos na resposta às necessidades dos seus filhos. A Criação com Apego, fora do modelo do Dr. Sears, centra-se nas respostas que respaldam vínculos seguros.

Disciplina:

A Criação com Apego procura entender as necessidades biológicas e psicológicas das crianças e evitar expectativas não realistas sobre o comportamento da criança. Ao estabelecer limites que sejam apropriados para a idade da criança, a Criação com Apego leva em conta todas as etapas físicas e psicológicas do desenvolvimento que a criança está experimentando. Desta forma, os pais podem tentar evitar a frustração que ocorre quando eles esperam coisas que as crianças não podem fazer ainda.

A Criação com Apego afirma que é vital para a sobrevivência que a criança seja capaz de comunicar suas necessidades aos adultos e que estas sejam tratadas sem demora. O Dr. Sears adverte que enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Sears diz que durante o primeiro ano de vida, as necessidades e desejos de uma criança são uma mesma coisa. 



O Dr. Sears e outros defensores do Attachment Parenting pensam que as necessidades não satisfeitas aparecem imediatamente tentando satisfazer o que não foi satisfeito no seu devido momento. A Criação com Apego observa o desenvolvimento, assim como a biologia da criança, para determinar as respostas psicológica e biologicamente apropriadas para cada fase dela.

Criação com Apego não significa resolver uma necessidade que a criança possa resolver por ela mesma. Significa entender quais são as necessidades, quando ocorrem, como elas mudam ao longo do tempo e das circunstâncias, e ser flexível para encontrar formas de responder apropriadamente.

Práticas similares são chamados de “criação natural”, “criação instintiva”, “criação de inmersão” ou criação no "conceito de continuum", proposto pela autora Jean Liedloff no seu livro publicado.



Lohan todo INdependente passeando no Bosque


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